Quarta Bereshit

18/11/2013 18:13

 

Quem é o primeiro a fazer a paz?

Nossos sábios sempre se esforçaram de todas as maneiras possíveis para viver em paz com todos. 
Há uma história que ilustra esta afirmação:

"Certa vez, um açougueiro começou uma briga com Rabino Abba, conhecido como Rav, o grande estudioso da Torá. Rav estava ansioso para fazer as pazes com o açougueiro e decidiu esperar os dias que antecedem Yom Kipur. ‘’Esta é uma ocasião,’ ele pensou consigo mesmo, ‘na qual as pessoas fazem as pazes umas com as outras. Certamente, o açougueiro virá e irá me pedir perdão. Seremos novamente amigos.’

Mas a véspera de Yom Kipur chegou e não havia sinal do açougueiro.

Não é suficiente esperar que o açougueiro venha a mim fazer as pazes," pensou Rav. "Se eu realmente desejo paz, tenho que ir atrás dela. Se o açougueiro não vem a mim, irei a ele."
Apesar da briga ter sido, de fato, culpa do açougueiro, Rav estava pronto para se humilhar diante dele e pedir-lhe perdão. Quando Rav chegou, viu o açougueiro brandindo um enorme machado com o qual cortava fora as cabeças dos animais. O açougueiro levantou os olhos de seu trabalho e percebeu Rav. 

Zangado, ele gritou:

"É você, Abba? Vá para casa, não quero nada com você,

Imediatamente, D’us, castigou o açougueiro por se recusar a fazer as pazes e ofender o Rav. 

Quando o açougueiro ergueu seu machado para dar o próximo golpe, o ferro se soltou do cabo de madeira e bateu na própria cabeça do açougueiro, matando-o.

É uma Mitsvá ser o primeiro a fazer as pazes e se desviar do seu caminho para fazer isso, como diz o Passuk no Tehilim. Isto quer dizer que devemos ir em busca da paz e não ficar esperarando por ela.

Os seis dias da criação

 

O primeiro dia: D’us criou a Luz, o Céu e a Terra.

No primeiro dia da Criação, D’us criou a Luz antes de tudo.

Ele o fez do mesmo modo que um rei quer construir seu palácio.


Uma parábola

O rei que não pôde criar a luz

A noite toda, o rei e sua companhia marcharam através da flo-resta. Os soldados da escolta real sussurravam excitados entre si. Quando vão chegar lá? Como será? Durante meses – não, anos – o rei planejou construir o mais suntuoso palácio do mundo. Agora, finalmente, a construção seria iniciada e o rei pessoalmente estava-os conduzindo para o lugar que havia escolhido para esta obra.
De repente, os sussurros pararam, porque o rei se deteve. Ele apontou para uma enorme clareira e comandou: "Agora! Vamos começar a construção!"

As ordens do rei foram recebidas com um silêncio terrível. Os construtores reais baixaram suas cabeças e não conseguiam falar.

"Majestade," propôs tremendo um trabalhador, ‘é noite agora e no escuro da floresta mal podemos enxergar qualquer coisa!"

"Luzes", vociferou o rei. "Os trabalhadores precisam de luz! Luzes, imediatamente!"

Ouviu-se desesperada correria de pés, enquanto todos procuravam os eletricistas reais. Finalmente, eles descobriram um eletricista em meio aos trabalhadores da construção, mas, em voz baixa, ele confessou que não havia trazido consigo nem fios elétricos e nem interruptores.

"Vocês não têm velas nem fósforos, ao menos?" grunhiu o rei. "Acendam tochas!"

Mas o vento da floresta estava soprando tão forte que era impossível acender uma chama.

Atrapalhado e zangado, o rei foi forçado a anunciar que a construção seria adiada. Ele não tinha meios de criar a luz que era necessária para começar a construção do palácio.


A chave para a parábola

D’us criou a luz bem no início.

Mas como D’us é diferente de um rei humano! O rei humano pode se enfurecer, bradar e bater os pés, mas sem fósforos, luz elétrica ou alguma outra espécie de luz conhecida, ele não pode criar a luz. 

D’us, porém, criou a luz do nada, pronunciando somente três palavras: "Que haja luz!" E, de repente, saída do nada, a luz apareceu do meio da escuridão.

D’us decidiu, "Que haja sempre luz durante o dia, para que as pessoas enxerguem e possam fazer seu trabalho. Todas as noites Eu trarei a escuridão para que as pessoas possam descansar."
Depois, D’us criou o Céu e a Terra. D’us não precisou colocar suportes embaixo do globo para segurá-lo. Ele o suspendeu no espaço.


Segundo dia: 

D’us fixa o firmamento

A Terra que D’us criou no primeiro dia estava coberta de água, que estava amontoada sobre o chão a grande altura. Não havia firmamento. No segundo dia, porém, D’us ordenou para as águas: 
"Dividam-se em duas! Uma das metades ficará no alto e a outra afunde na Terra e Eu fixarei o firmamento no meio."

D’us chamou o firmamento Shamáyim, Céu. Ele manteve água nas nuvens em forma de vapor para mandar mais tarde em forma de chuva, a fim de que as plantas na Terra pudessem crescer.


Terceiro dia: 

D’us criou a terra seca, a grama, as árvores e todas as espécies de plantas

No terceiro dia, a água ainda cobria toda a Terra. Não havia um único ponto seco. D’us ordenou ao anjo do mar:

"Reúna toda a água em alguns lugares para que o restante se torne seco."

O anjo do mar perguntou: "Onde porei toda a água que sobrar? Dificilmente haverá lugar suficiente na Terra para tanta água!"

D’us então juntou toda a água da Terra e a derramou nos oceanos, lagos e rios. O restante da Terra se tornou seca. A água, porém, ficou tão aborrecida por estar aprisionada que ameaçou transbordar e cobrir tudo outra vez.

"Fique onde a deixei!", ordenou D’us. Não inunde a terra seca!" D’us pegou um pouco de argila, escreveu sobre ela Seu grande Nome de quarenta e duas letras e jogou-a no fundo d’água. Enquanto a argila estiver lá embaixo, nas profundezas da água, esta não inundará a terra. (Antes do Dilúvio, D’us a removeu). Então D’us ordenou:

"Que a relva cubra a terra seca!"

Imediatamente, a relva começou a brotar da terra. Além da grama para os animais, D’us criou todos os tipos de grãos, vegetais e ervas comestíveis. Ele também ordenou à terra que produzisse uma grande variedade de flores, para dar prazer à visão e ao olfato; além de todos os tipos de folhas e arbustos.

Estes maravilhosos exemplos das obras de D’us podem ser admirados nos jardins e campos, nas florestas e montanhas e todas elas foram produzidas por D’us no terceiro dia da Criação. Então D’us ordenou:

"Que árvores frutíferas cresçam na terra!"

Imediatamente, emergiram milhares de tipos de árvores; macieiras, pereiras e laranjeiras, ameixeiras, pessegueiros e o que se pudesse imaginar, cada uma com frutas deliciosas, de cores e formas diferentes.


Quarto dia: 

D’us suspende o Sol, a Lua e as estrelas no firmamento

No quarto dia, D’us colocou o sol, a lua e as estrelas no firmamento. Existem sete Céus, um sobre o outro. D’us pôs o Sol no Segundo Céu e não no mais baixo, pois queimaria o mundo inteiro com seu intenso calor.

O Midrash explica: A lua é punida por reclamar

Quando D’us criou o Sol e a Lua, Ele fez os dois exatamente do mesmo tamanho. A Lua disse para D’us:

"Sempre que criastes um par, fizestes um maior que o outro. Fizestes dois mundos – olam hazê, este mundo e olam habá, o mundo vindouro. Dois olam habá é o maior. Criastes o Céu e a Terra, o Céu é maior, por ser Tua morada. De fogo e água, a água é mais forte, porque extingue o fogo. Só o Sol e eu, a Lua, fizestes do mesmo tamanho. Um de nós tem que ser maior."

"Ahá!" exclamou D’us. "Sei qual é seu verdadeiro propósito, Lua! Você gostaria que a fizesse maior e o Sol se torna-se o menor. Mas por ter se queixado, Eu a farei menor."

"O meu castigo será tão grande, só porque me ter reclamado?" perguntou a Lua.

"Bem," respondeu D’us, "no futuro, quando Mashiach chegar, Eu farei a sua luz mais forte, tão forte como a luz do Sol agora."

"Serei então igual ao Sol?"

"Não," respondeu D’us, "porque então o Sol brilhará sete vezes mais do que agora."


Quinto dia: 

D’us criou os peixes e os pássaros

No quinto dia, D’us encheu as águas com milhares de espécies de peixes e criaturas marinhas. Ele também criou os pássaros que voam no firmamento.


Sexto dia: 

D’us cria os animais e o homem

No sexto dia, D’us fez todos os animais, grandes e pequenos. Ele pôs sobre a Terra elefantes, ursos, leões, tigres, panteras, vacas, carneiros, cachorros, gatos bem como camundongos, ratos, doninhas, esquilos e tantas outras espécies de animais. Não se pode esquecer dos insetos. Pode-se conhecer apenas alguns poucos insetos, como moscas, pernilongos, formigas, aranhas, baratas e, naturalmente, zangões e gafanhotos, mas na realidade existem milhões!

Mesmo o corpo dos menores insetos foi feito por D’us para funcionar como um mecanismo complexo. Ao serem estudadas as partes do corpo de um inseto, começa-se a entender um pouco sobre a fantástica sabedoria de D’us.

Finalmente, D’us formou a maior de suas Criações: o homem.
Uma história: 

Ninguém pode se comparar ao Criador

O imperador romano, Adriano, voltou de Êrets Yisrael, após tomar parte na destruição do Segundo Bet Hamicdash.

"Vocês vêem," gabou-se ele para os romanos," eu lutei contra o D’us dos judeus. Destruí Sua terra, queimei Sua casa e escravizei Seu povo, os judeus. Por isso, agora também sou um deus. Obedeçam-me e sirvam-me!"

Três de seus mais sábios ministros estavam presentes. O primeiro se levantou respeitosamente e disse:

"Oh, Imperador! Como você pode dizer que venceu D’us se você ainda está em Seu palácio? Deixe o Seu palácio e o declararemos deus. O céu e a terra são o palácio de D’us. Se você pode sair do céu e da terra, nós o serviremos!"

O segundo ministro respondeu à arrogância de Adriano:

" Desejo fazer um pequeno pedido," anunciou. "Se você realizar, nós o serviremos. Este é o meu pedido. Uma forte tempestade se levantou e não nos deixa aportar. Sou um homem infeliz, porque todo o meu dinheiro estará perdido. Só faça o navio aportar e eu, certamente, irei servi-lo como a um deus!"

"Muito bem," respondeu Adriano. "Mandarei toda a minha frota para ajudá-lo. Os marinheiros jogarão cabos e puxarão seu navio para a costa."

"Por que você dá ordens tão complicadas?" perguntou o ministro. "Mande apenas um vento para trazer meu navio para a costa."

"Eu não sei como comandar o vento," disse Adriano.

"Então, como você nos pede para servi-lo?" disse o ministro. "D’us criou o vento e o governa. Como você pode pretender ser um deus?"

O terceiro ministro disse para Adriano:

"Nós o serviremos se você ordenar ao mar que se retire, para que a terra seca apareça e as pessoas possam se instalar nela."

"Isto é impossível para mim," admitiu Adriano.

"Mas quando D’us criou o mar," disse o ministro intencionalmente, "Ele foi capaz de dar ordens e dizer–lhe como fluir. Como então você se compara a D’us?"

Adriano ficou furioso com seus ministros. Foi para casa e se queixou para sua mulher que seus ministros se recusavam a servi–lo. Sua mulher era muito esperta e disse:

"Faça só uma pequena coisa e você será considerado deus."

"O que devo fazer?" perguntou-lhe Adriano.

"Devolva sua alma a D’us," disse ela.

"Você perdeu o juízo?" perguntou-lhe ele. "Se minha alma deixar meu corpo, não estarei mais vivo!"
"Como você pode querer ser um deus?" perguntou sua mulher. "Nem ao menos consegue comandar sua própria vida e quer fazer de conta que governa o céu e a terra?!Vamos servir melhor a D’us Que criou o céu e a terra, fez as plantas e os animais e criou todas as pessoas e as mantêm vivas."